sábado, 29 de outubro de 2011

Moção de Apoio aos Trabalhadores e Estudantes Perseguidos Politicamente pela Universidade de São Paulo




Vimos, por meio desta, manifestar nosso total apoio à luta dos trabalhadores e estudantes que estão sendo processados e perseguidos pela atual gestão da Universidade de São Paulo. Nem na época da Ditadura Militar se viu tamanha repressão por parte da USP quanto temos observado nos últimos 3 anos.

Não temos dúvidas da grande injustiça que seria a exoneração dos trabalhadores e a eliminação dos estudantes que se colocam na defesa da universidade pública e nos colocamos junto à vocês na luta para que não sejam injustiçados.

Nesses mais de 20 anos de existência e resistência, o NCN sempre defendeu a democratização da universidade e continuamos lutando contra a repressão que tanto vocês quanto nós estamos sofrendo neste momento, por não abrirmos mão da nossa autonomia e do espaço que ocupamos dentro da USP e, por todo o exposto acima, contem com o nosso apoio.

       Saudações,

                                     Coordenação do Núcleo de Consciência Negra

Moção da Associação de Pós Graduandos da USP


Moção da Associação de Pós Graduandos da USP sobre a situação de
enfrentamento com a Polícia Militar no dia 27 de outubro.

A Sociedade Brasileira atravessa, há tempos, um grave problema de
Segurança Pública. Persistem, no conjunto da ação estatal no âmbito da
Segurança Pública, diferenças visíveis na relação com as diferentes classes
sociais. Essa diferença é reforçada pela ação estatal no âmbito da educação
superior. A Universidade, apesar de avanços recentes, continua de costas
para o conjunto mais carente da sociedade.
Entretanto, fisicamente a Universidade de São Paulo não é uma ilha.
O território físico da Universidade é aberto à população geral e, portanto,
cenário do mesmo problema com a Segurança Pública.
Levando isso em conta, o reitor da Universidade de São Paulo,
ouvido o Conselho Gestor do Campus, assinou no dia oito de setembro,
convênio com a Polícia Militar para reforçar o policiamento preventivo nas
vias do Campus, respeitados os espaços e atividades acadêmicas.
Na última quinta-feira, a Polícia Militar enfrentou resistência dos
estudantes durante os procedimentos de prisão de três estudantes pelo uso
de maconha. Os agentes policiais, exorbitando seu poder legal de ação,
invadiram o prédio da FFLCH, no encalço dos estudantes, como se
criminosos fossem. Para além de discutir o conteúdo do exorbitante ato
policial – o uso de maconha é descriminalizado no Brasil! – é importante
que discutamos o método de ação utilizado pela Polícia Militar,
exemplificado por esse episódio.
Todos os dias os setores mais carentes de nossa sociedade enfrentam
a repressão do Estado com a violência policial, ou seja, do constante abuso
e desrespeitos aos limites impostos pela Lei. A reação dos estudantes deve
ser encarada como um exemplo de resistência e ensinamento à população
que sofre, diuturnamente, com essa agressão aos seus direitos.
Nesse contexto, consideramos legítima a ação de ocupação feita ao
prédio da FFLCH, objetivando a revogação do convênio com a Polícia
Militar. Esse convênio é fruto de mais um instrumento de gestão pouco
participativa e pouco permeável ao diálogo, como todas as estruturas
colegiadas burocráticas da Universidade – como o Conselho Gestor do
Campus, o Conselho Universitário etc., que refletem décadas de uma
“democracia” elitista, com baixa intensidade e fraca capacidade de diálogo.
Conclamamos a Direção da Universidade e toda a comunidade
acadêmica para, através de um amplo processo de diálogo, estabelecermos
novas e diferentes soluções e consensos sobre formas de garantir a
segurança no Campus Butantã, bem como no conjunto da sociedade,
respeitando o direito de organização de estudantes e trabalhadores, ao invés
de persegui-los e criminalizá-los.

Comissão Pró-APG USP-Capital
São Paulo, 29 de outubro de 2011

DROGADIÇÃO E O GENOCÍDIO DA POPULAÇÃO NEGRA.


DIVULGUEM E COLEM!
FORUM DE HIP HOP MUNICIPAL SP
ESTARÁ NA USP DIA 03/11/2011
http://forumhiphopeopoderpublico.blogspot.com/

Texto de mediação.

DROGADIÇÃO E O GENOCÍDIO DA POPULAÇÃO NEGRA.
Rapper Pirata – rapperpirata.blogspot.com

O uso ou não de substâncias químicas consideradas como “a droga” transpassa a discussão de informações da sua utilização individual ou não, para se socializar ou não.
Não podemos reduzir os diálogos por instituições falidas, em relação de apoio ao ser humano; Elas são a família, igreja e estado que arrastam há século uma imagem estilhada de serem garantidoras do projeto de homens e mulheres de bens.
O que pretendemos é trocar uma idéia referente o assunto drogas, pela ótica de quem é controlado pelo consumo e é considerado o inimigo. Esse que é estereotipado como traficante, já na razão ele é somente o atravessador do negócio das drogas; Lembrando que esse termo foi utilizado pelos que chamamos de opressores, eles foram os traficantes de escravos. Agora o mercador está na base das relações de trocas de mercadorias, ele que dá à ação do verbo vender, entre a oferta e procura, nesse sistema que é codificado como capital.
Essa idéia do traficante é um dos disfarce do genocídio da população preta (termos utilizado no hip hop, mas negro para muitos) e da periferia, então cria-se o esterótipo do traficante para justificar as ações criminosas constitucionalmente dos agentes do estado. Assim, as mulheres, crianças, adolescentes, jovens, adultos e idosos que têm a estética e fenótipos nativos, africanos e nordestinos são os alvos a serem derrubados ou trancafiados nos treinamentos de artilharia das academias militares. Isso também garante a criação falsos paladinos da justiça em camaras, assembleias e senados.
Mas os 'muleques' que sobrevivem na margem do negocio drogas, o maior no sistema do capitalismo, têm que ganharem um troco para comprar os 'báguios da hora'.
Desde o nosso nascimento somos julgados e culpados pela depressão que a miséria nos causa , pior até pelo não desenvolvimento da nação. Essa que obriga o seu dito cidadão ter.
Os meios de comunicação a todo momento transmite nossa imagem como bandidos ou vitimas, deste preconceito ariano; Há um sistema que norteia a mesma história contada de formas diferentes em filmes, propagandas, novelas, sejam elas importada ou nacional. Tá os trabalhadores dos guetos, da periferia ou ruas representados como os bárbaros que vão contra a donzela branca da sociedade, que quer sua poeira branca para viajar em outra dimensão.
Assim é mais fácil não garantir a distribuição da renda a todos 190 milhões de pessoas, estereotipando alguns como inimigo. Então um juiz oriundo da minoria branca, que detém os recursos do estado brasileiro,  somente tem que bater o martelo condenando a vítima, sem ter o minimo de rancor e ética. Ele não tem a responsabilidade de ser o garantidor de direito, mas um garantidor de riqueza de cidadãos de bens.


--
Oi! Visite.
MY SPACE clique http://www.myspace.com/rapperpirata
Blogger Rapper Pirata
http://rapperpirata.blogspot.com
Orkut clique http://www.orkut.com/Home.aspx?xid=1849091096719757289
FONE: 55-11-8216-2160
EMAIL: rapperpirata@gmail.com

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ata da reunião 26/10/2011


Reuniao da Marcha 20 de Novembro realizada no dia 26\10 Quarta feira, local CEABRA.

Com a presença de representantes de varias organizações  juntos realizamos a reunião de coordenação da Marcha 2011 na Avenida Paulista:

Aprovação do Documento da Marcha.
Informes da ultima reunião.
A arte da Marcha.
Mobilização.
Informes gerais.

Informes: 
A companheira  Zezé do Núcleo de Consciência Negra da USP, informou nos sobre o lançamento do Ms da Consciência Negra da USP, com vasta programação. 
Informou que o Núcleo esta sofrendo uma perseguição com possibilidades de ser despejado, o pessoal  está  fazendo uma campanha de apoio a permanência do NCN  e resistência, mas esta difícil, pois existe uma repressão Policial e da Guarda Universitaria

Joelson: 
Fala sobre ato Continental, dia 05 de Novembro que irá acontecer , as 14h00 na Camara Municipal de SP, pela retirada das Tropas do Haiti.

Pirata: 
Informa o caso do Rapper Will que sofreu racismo no Metrô, e foi discriminado pelos seguranças, e foi marcada uma manifestacao no Metrô Campo Limpo para esta Sexta Feira as 16h00 em protesto a esta violencia.

Gilson Negao:
 Informa sobre seminário de Organização da Strit Net, que divulgou os resultados sobre as situação dos vendedores ambulantes em Estados que sediarão a Copa. Eles serão proibidos de trabalhar e a comissão da Copa não apresenta alternativas. Foi  lançado um documento com propostas de alternativas, assinado por varias entidades nacionais de representações de entidades da Economia Informal de vários estados. Houve a explicação  também sobre a situação dos trabalhadores da feirinha do Brás, e a manifestação dos ambulantes que estão sendo proibidos de trabalhar, e estão fazendo atividades de protesto.

Documento da Marcha:
 Foi lido e aprovado por todos presentes o documento da Marcha, com algumas alterações.

Logo da Marcha:
 Foi apresentado o logo para aprovação, após um intenso debate com a participação de 14 intervenções  e ficou definido que a ideia apresentada, representa o momento atual, mas não representa a imagem uma figura positiva que queremos passar no logo e sua resistência perante a opressão, por uma maioria absoluta. Foram sugeridas nocas possibilidades de apresentação de outras imagens do mesmo autor, como exemplo a capa do livro ``Do luto a Luta`` que simboliza melhor a nossa força de expressão. A comissão de comunicação, ficou encarregada das alterações e apresentará a proposta na próxima reunião para aprovação.
Foi sugerido a inclusao das cores da Unidade Africana para a camiseta.

Mobilização:
A companheira Katia Cristina, passa a fazer parte do comite de mobilização, e será uma das responsáveis pelo cadastro dos ônibus, junto as entidades para a Marcha, quem tiver demandas favor ligar para 2103.1313 e pedir o ramal de Secretaria de Combate ao Racismo.  A mesma irá disponibilizar a lista de emails da marcha passada para contatos.

Valdir: 
Quilombo de Guaianazes ficou com a tarefa de tirar cópias dos panfletos da Marcha e distribui-los no fórum de Educação.

Black Junior: 
Sugeriu panfletagem sobra marcha nas Escolas de Samba, Vai-Vai e Rosas de Ouro, ficou definido que o mesmo fará contatos com o Companheiro Julião da Unegro, para cópias do material que  o mesmo distribuirá.

Nair: 
Vai panfletar na Rua de Samba sábado, ficou acertado com o Ramatis que irá tirar cópias do material para a atividade.

Solange CNAB: 
Ficou encarregada de tirar cópias dos panfletos e distribuir no ato da PUC.

Gilson e Suily CMP:
 Ficaram encarregados de distribuição do material, na Fórum Social SP neste sábado. Gilson irá fazer contatos com a Anatelina para disponibilizar or panfletos.
 A companheira Suely informa que a CMP, esta fazendo mobilização estadual da Marcha e que terá a reunião do Setorial da Negritude, para reforçar a ação.

Contribuindo com a mobilização o Companheiro Rapper Pirata fez gravaçaõ de chamadas com depoimentos de representantes de varias entidades.

O companheiro Ramatis fez sugestão de utilizar e imprensa sindical para divulgação e ficou definido que a comissão de comunicação fará o  release para imprensa.

Katia Cristina: 
Fala sobre a lei do Deputado do PV 6922, que atinge diretamente as Religioes de Matriz Africanas.

Joãozinho da Goméia

Joãozinho da Goméia recebe homenagem póstuma no Rio de Janeiro em 2 de novembro


O Babalaô Joãozinho da Goméia (1914 – 1971) recebe tributo em memória no dia 2 de novembro em que todo Brasil é celebra a Consciência Negra. O ato acontece na corte 8 do  cemitério Nossa Senhora de Belém ás 10h na cidade de Duque de Caxias no Rio de Janeiro onde ele decidiu morar e tocar candomblé de Angola. A organização é do Grupo Descendentes da Goméia dos estados do Rio, São Paulo, Santa Catarina, Minas e Bahia.  

O Grupo convida a todos que compareçam de branco e a idéia é fazer o caminho oposto ao cemitério. Os participantes sairão em caminhada do cemitério até o antigo barracão e segundo os organizadores tem a finalidade de sensibilizar os poderes públicos para a construção do Centro Cultural Afro Brasileiro Joãozinho da Goméia idealizado em 1987 e aprovado em 2004.
Joãozinho foi uma personalidade irreverente a sua época e a sua envergadura como líder espiritual. Foi iniciado no candomblé de Angola logo cedo pela nação Bate Folha conhecido terreiro de candomblé localizado em Salvador no bairro da Mata Escura em funcionamento até os dias atuais. Zelador de Santo novo e homossexual assumido não teria muito espaço em Salvador, cidade de presença Ketu, mesmo sendo os candomblés de nação Angola mais numerosos e a língua dado uma enorme colaboração a nossa língua portugresa, segundo a professora Ieda Pessoa Castro em seu livro Falares Africanos, um dicionário afro-brasileiro, publicado pela Academia Brasileira de Letras em 2001.
Joãozinho, moço, bonito e muito dinâmico decidiu ir tentar a sorte na cidade maravilhosa e levou consigo a equedi Samba de Amungo e ambos protagonizaram o maior candomblé em fama no Brasil de sua época. Corre-se no Correio Nagô da Bahia o seu desafeto com a sua casa de origem, o Bate Folha. Segundo esse mesmo Correio Nagô a casa não reconhecem ambos como filhos por alguns motivos em relação a tradição e um deles reza a lenda que Samba teria levado consigo registros culturais da tradição de Angola. Esses registros seria um livro contendo cantigas e rituais afro-religiosos.
No candomblé as equedes  são as zeladoras dos santos, cargo feminino muito importante que não entra em transe e elas são como a segunda pessoa do orixá. São mulheres escolhidas para servirem, cuidar da estética e manter a ordem e a tradição junto com o dono da Casa.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Genocídio

Antonio Carlos de Olivera              Fone 11 7571 3350


Quanto ao genocídio propriamente dito, podemos dizer que é de todo interessante a articulação da “elite” branca mundial, no Brasil mais ainda, se nos ativermos ao período do genocídio do povo judeu, 5, 6, 10, 20 anos talvez de efetivo genocídio, no Brasil podemos pensar em 350 de genocídio legal (protegido por lei), e mais pelo menos 123 anos de genocídio generalizado e consentido, ah sim reparações, toda a “elite” branca é favorável e até auxilia para reparar o sofrimento do povo judeu (alguns anos), já quanto aos nossos direitos e reparações. Oras, vamos esquecer o passado, vamos deixar para lá, nem mesmo na ONU conseguimos votar qualquer coisa assim, e teve Presidente em passado recente que pensou, sei lá se o fez, reparação aos países africanos, e nós?

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Reunião Geral da Marcha da Consciência Negra



Dia:26/10/2011
Horário: 18:30
Local: Sede do CEABRA
Endereço: Av. São João, 313 - 11º andar
Telefone: 3333.1066

P/ Coordenação

POSICIONAMENTO PÚBLICO DA CONEN


IMPEDIR QUALQUER RETROCESSO, MANTER E FORTALECER A SECRETARIA
DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL (SEPPIR)

A Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN), manifesta-se
contra a possível reforma ministerial noticiada por jornais como a Folha
de São Paulo e O Globo. Segundo as notícias veiculadas, importantes
Secretarias, como as de Mulheres e da Promoção da Igualdade Racial,
perderão os seus status de ministérios e serão aglutinadas em um
ministério “guarda-chuva” dos setores sub-representados na vida política
nacional. O novo órgão será denominado, segundo as notícias, como
Ministério dos Direitos Humanos.

Se confirmada, essa medida inviabilizará o cumprimento de alguns dos
principais desafios do governo da Presidenta Dilma Rousseff para a
promoção da igualdade racial no Brasil, a saber:

- consolidar as mudanças dos últimos anos, ampliar as conquistas e
impedir qualquer retrocesso na afirmação de direitos sociais, culturais,
políticos e econômicos da população negra;

- promover a inclusão social e a redução das desigualdades, garantir um
projeto de desenvolvimento sustentável para o país com igualdade de
gênero, raça e etnia;

- implementar políticas para diminuir as desigualdades sóciorraciais no
Brasil e reduzir a imensa dívida histórica e social que a sociedade e o
Estado têm para com a população negra no Brasil;

- dar continuidade a uma ação de governo, iniciada na gestão do
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que reconhece o grave quadro de
desigualdades socioeconômicas, em razão das diferenças raciais, e a
necessidade de políticas para a erradicação do racismo e da pobreza em
nosso país.

COORDENAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES NEGRAS

FUNDADA EM 17 DE NOVEMBRO DE 1991
AMÉRICA DO SUL -BRASIL
“UNIDADE NA DIVERSIDADE”

É fundamental manter e reestruturar a SEPPIR

Para continuarmos a enfrentar os desafios aqui apontados e fortalecer a
nossa luta contra o racismo, precisamos que a SEPPIR continue a ser no
governo da Presidenta Dilma Rousseff o centro da articulação, promoção
e acompanhamento das políticas dirigidas a população negra. Com esse
objetivo, é necessário que a Secretaria seja reestruturada e atenda às
demandas históricas da população negra, através da ampliação de seu
orçamento e de seus recursos materiais e humanos, de forma a ter maior
capacidade técnica, política e institucional.

Impedir qualquer retrocesso em nossas conquistas

Essa reforma, se concretizada, contraria a realidade política brasileira,
na qual a pressão dos ativistas do combate ao racismo e feministas,
no interior dos partidos políticos e na sociedade, tem ampliado a
representação e participação de negros e mulheres, fazendo com que
avance a compreensão de que a superação da opressão de classe não é
suficiente para combater as contradições advindas das relações desiguais
de raça e gênero.

A ação dos movimentos sociais tem reflexo nas ações de governos, nos
municípios, nos estados e na União, por meio da implementação de
políticas públicas que contribuem, também, para democratizar as relações
econômicas e sociais. Mesmo que tardiamente, elas passam a incorporar
as lutas pelo direito à diferença e pela afirmação das identidades de
gênero e raça.

A criação da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
no governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no dia 21 de março
de 2003, Dia Internacional de Luta contra a Discriminação Racial, foi
conseqüência dos acúmulos construídos, contexto em que nós da
CONEN temos a consciência do nosso papel protagônico. Foi também
uma resposta a um anseio histórico do movimento negro brasileiro, de
implementar uma efetiva política de governo que comece a reparar a
dívida social de mais de quinhentos anos com a população negra de

COORDENAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES NEGRAS

FUNDADA EM 17 DE NOVEMBRO DE 1991
AMÉRICA DO SUL -BRASIL
“UNIDADE NA DIVERSIDADE”

Ações e políticas como o reconhecimento, certificação e titulação das
terras dos remanescentes de quilombos e a agenda social quilombola; o
plano de implementação da Lei 10.639; o acesso dos estudantes negros
e negras às universidades brasileiras; a Política Nacional de Saúde
Integral da População Negra e o Estatuto da Igualdade Racial; de políticas
que são referências para governos de outros países na América Latina
e no continente africano, são exemplos concretos da necessidade da
manutenção e ampliação dessas políticas.

É importante destacar que as ações e políticas da SEPPIR são
executadas com maior ênfase para a população negra, mas também
são dirigidas a outros segmentos étnicos afetados pela discriminação
e demais formas de intolerância como ciganos, comunidade judaica e
comunidade árabe- palestina.

A concretização de uma reforma ministerial nos moldes apresentados
será, com certeza, um retrocesso em conquistas importantes no campo
das políticas públicas e nas medidas jurídicas e legislativas que ajudaram
o Brasil a compreender que o racismo existe e que a sua superação e
a promoção da igualdade racial são fundamentais para seguir mudando
a vida da população negra, que representa hoje mais da metade da
população brasileira.

Brasília, 22 de Outubro de 2011.
Coordenação Nacional de Entidades Negras -CONEN

Seminário Nacional “CONEN 20 ANOS DE LUTA E CONSTRUÇÃO
POLITICA”, realizado durante o Colóquio Nacional da Saúde da
População Negra, com a participação de militantes e dirigentes da
Coordenação Nacional de Entidades Negras (CONEN) do Acre, Amapá,
Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul,
Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte,
Rio de Janeiro, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe, Tocantins e Distrito
Federal.

COORDENAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES NEGRAS

FUNDADA EM 17 DE NOVEMBRO DE 1991
AMÉRICA DO SUL -BRASIL
“UNIDADE NA DIVERSIDADE”

O tema principal e as homenagens da VI Marcha da Consciência Negra realizada em 20 de Novembro de 2008




Tema principal

1888 – 2008

120 anos da abolição inacabada.

Juntos reivindicamos mudanças capazes de realizar nossos sonhos por

soberania e preservação de nossos territórios, de nossas religiões, de

nossas culturas, de nossas identidades e opções sexuais, de nossos

projetos de vida por um novo Brasil sem racismo, sem machismo, sem

intolerância religiosa e discriminação de qualquer natureza.

As homenagens

Lembramos os 100 anos da morte da morte de Machado de Assis;

Os 100 anos do nascimento de Cartola;

Os 100 anos do nascimento de Solano Trindade, o poeta do povo;

Os 100 anos da Umbanda no Brasil.

Mulher negra. Presente!

No Brasil, as mulheres no geral e as mulheres negras em particular

vêem o mundo com sofrimento, muita discriminação e violência. Via

de regra, elas recebem em média metade do salário dos homens e as

mulheres negras, a metade do salário do que ganham as mulheres

brancas. Hoje as mulheres negras, na sua maioria, encontram ocupação

apenas no serviço doméstico e são chefes de família.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) no ritmo atual

de inclusão das mulheres no mercado de trabalho serão necessários 475

anos para atingir a igualdade salarial entre homens e mulheres.

Além das condições sociais econômicas que afetam mais as mulheres

outro agravante é a violência doméstica contra a mulher, que humilha

e mata. Segundo pesquisa da SEADE/1995 enquanto a esperança de

vida para as mulheres brancas é de 71 anos, 40,7% as mulheres negras

morrem antes dos 50 anos.

As mulheres sempre lutaram por sua emancipação, cada uma à sua

época, foi símbolo da nossa historia e da nossa identidade.

Mulher negra sempre presente na luta, como Dandara, Rainha N'zinga ,

Luiza Mahin, Xica da Silva , Chiquinha Gonzaga, Laudelina de Campos

Mello ,Lélia Gonzales, Zezé Mota, Ângela Davis , Tereza Santos, Rita

Marley, Cedella Marley, Lauryn Hill , Benedita da Silva, Marina Silva,

mãe Hilda e mãe Stella, ialorixásialorixás da Bahia e tantas outras,

de todas as idades, de vários sindicatos, lideranças dos movimentos

populares, com toda diversidade sexual e de todas as regiões do Brasil.

Pedimos licença para

2008, três companheiras que não estão mais entre nós, mas

suas memórias sempre estarão presentes na história

mulheres brasileiras: Maria da Penha Almeida , Marisa Dandara

e Isis Nunes, mulheres negras que sempre estarão presente em

nossas mentes e lutas!

Porque foram mulheres altivas, mulheres negras guerreiras, mulheres

lideranças na sua comunidade da Zona Leste, Zona Sul, na cidade de

São Paulo

periferia, as mulheres do samba, as mulheres do movimento negro,

mulheres do movimento feminista, mulheres do movimento popular e

dos partidos políticos.

Graças as suas histórias de vida, a luta contra o machismo, o racismo

a pobreza e intolerância religiosa está mais forte.

nossas ancestrais continuamos a luta por direitos iguais, autonomia,

independência, respeito, dignidade, paz, alegria e felicidade.

(Informações extraídas do boletim de divulgação da VI Marcha da

Consciência Negra, 20 de Novembro de 2008)

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

A VI Marcha da consciência


A VI Marcha da consciência negra realizada
em 20 de novembro de 2009, homenageou
Oliveira Silveira (1941-2009) , o poeta da
consciência negra.

Oliveira Silveira na Casa de Cultura Mário Quintana, em entrevista para O Estado de São Paulo, novembro/2006

Faleceu em 1º de janeiro de 2009, em Porto Alegre (RS),
o professor, poeta e pesquisador gaúcho Oliveira Ferreira
da Silveira, aos 68 anos. Ele era conhecido nacionalmente
como o poeta da consciência Negra.

O 20 de Novembro.

Integrante de maior projeção do extinto Grupo Palmares,
foi porta-voz da nascente data política para o Brasil, que
fazia uma releitura histórica através da adoção de Zumbi
dos Palmares como herói nacional. Estava em jogo a
desconstrução do mito da liberdade concedida, substituído
pela combatividade negra durante todo o período de
escravização e pela denúncia da ação do racismo, do
preconceito e da discriminação racial no Brasil.

O Grupo Palmares, fundado em 20 de julho de 1971,
realizou uma série de atividades públicas – durante o
regime militar – para evocação de ícones negros como
Luiz Gama e José do Patrocínio. A reverência a Zumbi dos

Palmares, ato de maior relevância daquele ano, ocorrera no
Clube Náutico Marcílio Dias, em Porto Alegre, frequentado
por negros. Em 1978, o 20 de Novembro foi elevado a Dia
da Consciência Negra a partir da fundação do Movimento
Negro Unificado contra a Discriminação Racial (MNUCDR).

Atuação contra o racismo

Oliveira Silveira teve constante atuação no Movimento
Negro através da militância política e da produção literária
negra. Fundou o grupo Semba, a Associação Negra de
Cultura e integrou o corpo editorial da revista Tição
(publicação do Movimento Negro gaúcho no final dos anos
1970). Com presença marcante, participou da produção
cultural gaúcha, compôs rodas de intelectuais e formadores
de opinião. Fora homenageado em diversos eventos, entre
eles a Feira do Livro de Porto Alegre.

Escreveu uma dezena de livros (Poema sobre Palmares,
Banzo Saudade Negra, Pêlo Escuro, Roteiro dos Tantãs,
entre outros), e inúmeros poemas acerca da vida de
homens e mulheres negras no Rio Grande do Sul e sobre a
questão negra de forma geral. Uniu-se a ativistas culturais
e políticos através de sua obra poética, como Pedro
Homero, Oswaldo de Camargo, Paulo Colina, nos Cadernos
Negros. Sua produção correu o mundo, com coletânea
de autores negros publicada na Alemanha e poesias
registradas em revistas de universidades dos Estados
Unidos (Virgínia e Califórnia).

Foi conselheiro de notório saber em relações étnico-raciais
do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial
(CNPIR) da Secretaria Especial de Políticas de Promoção
da Igualdade Racial da Presidência da República (Seppir),
no período 2004-2008. Dias antes de sua morte, manteve-
se atuante como consultor da Secretaria em projeto para
preservação dos clubes negros como patrimônio material
e imaterial afro-brasileiro. Dedicava-se, também, ao
informativo eletrônico Negraldeia juntamente com Evandoir
dos Santos.

Frequentador assíduo dos clubes negros gaúchos, como
a Sociedade Beneficente Cultural Floresta Aurora e a
Associação Satélite Prontidão, Oliveira Silveira foi o
idealizador e articulador do 1º Encontro Nacional de Clubes
Negros, em 2006. Mapeou mais de 70 entidades desse
seguimento existentes no País.

Simplicidade

Era entusiasta da causa negra, como ele próprio preferia
denominar. Militante negro. Lutava contra o racismo.
Colaborativo, tinha perfil agregador e encantava a todas as
pessoas com suas histórias de um período elementar para
o Movimento Negro brasileiro. Vivia num apartamento na
avenida Assis Brasil, zona Norte de Porto Alegre, repleto
de livros e pilhas de revistas e jornais – referências para
estudos, aprendizado e ensino de uma vida.

Gostava de registrar fatos e acontecimentos, de longas
conversas e de coisas simples, como os passeios com o
neto Tales ou pelo Centro de Porto Alegre, com paradas
estratégicas no Mercado Público, na Esquina Democrática,
na Rua da Praia e no Centro de Cultura Mário Quintana,
onde era encontrado por quem quisesse desfrutar de sua
agradável companhia. Um homem negro especial que,
como bem disse uma militante negra gaúcha, virou estrela.

Importante: este texto, escrito por ocasião do falecimento
de Oliveira Silveira,
nos foi cedido pela Jornalista e
militante da luta de combate ao racismo, Isabel Clavelin.

MAIS SOBRE OLIVEIRA SILVEIRA por ele mesmo
Trechos de entrevista concedida a Jader Nicolau, do Portal
Afro

20 de Novembro

“O 20 de novembro começou a ser delineado em encontros
informais na Rua dos Andradas, aqui em Porto Alegre. Estávamos

em 1971. Reuníamo-nos e falávamos muito a respeito do 13 de
maio, do fato desta data não ter um significado maior para a
comunidade.

A partir desta constatação comecei a procurar outras datas que
fossem mais significativas para o movimento. Comecei a estudar
a fundo a história do negro e constatei que a passagem mais
marcante era o Quilombo dos Palmares. Como não haviam datas
do início do quilombo, tampouco do nascimento de seus líderes,
optei pelo 20 de novembro. Colhi esta informação numa publicação
da Editora Abril dedicada a Zumbi, que dava esta data como a de
seu assassinato, em 1695.

Por ser uma revista, não se apresentava como fonte segura.
Resolvi pesquisar um pouco mais, como forma de garantia. mais
adiante, no livro "Quilombo dos Palmares", de Edson Carneiro, a
data se repetia. Considerei esta fonte segura, pela importância do
autor. Além disto, tive acesso a um livro português que transcrevia
cartas da época, numa delas era relatada a morte de zumbi, em 20
de novembro de 1695.

A partir de então colocamos em ação nossas propostas. Batizamos
o grupo de Palmares e registramos seu estatuto, em julho. No dia
20 de novembro do mesmo ano (1971), evocamos pela primeira vez
o "Dia Nacional da Consciência Negra", na sede do Clube Marcílio
Dias.”

"Há pessoas que imaginam que o Grupo Palmares tenha chegado
ao 20 de Novembro através da obra de Décio Freitas, historiador
branco que escreveu "Palmares, A Guerra dos Escravos", livro que
teve o mérito de pesquisar mais a fundo a vida de Zumbi. O fato
é que quando decidimos pela data, não conhecíamos nem Décio
Freitas nem sua obra, ele a havia editado no Uruguai, durante o
exílio, em agosto de 1971. A decisão de nosso grupo, portanto, é
anterior a publicação de seu livro."

O gosto pelas letras

"A literatura surgiu em minha vida na época em que ainda
morava em Rosário. Minha infância foi marcada pela poesia
popular, quadrinhas e versos de polca entoados durante os bailes
campeiros. Ritmos típicos do meio rural gaúcho. É um momento
especial, onde as mulheres tiram os homens para dançar e aí

se cantam versos, o par diz uma quadrinha um para o outro,
começando pelo rapaz e respondida pela moça. Também me
lembro dos "causos" contados pelos mais velhos na cozinha, ao
redor do fogareiro. Essas narrativas são um substrato da minha
literatura."

“Mais adiante tive contato com livros e comecei a escrever. Em
1958 publiquei meu primeiro poema, num jornal de Rosário. Isto
foi muito importante para o início de minha carreira. A partir dos
estímulos recebidos de amigos continuei a escrever poemas
regionalistas, que marcam até hoje meu estilo. Não me desvinculei
desta linguagem rural. Claro que depois experimentei outras
tendências, até chegar na poesia negra, na medida em que me
conscientizava”.

Oliveira em versos

Oliveira Silveira
Roteiro dos Tantãs

Para mais informações sobre a vida e obra de Oliveira Silveira
acesse o blog www,oliveirasilveira.blogspot.com

20 de Novembro de 2009.

OPRESSÃO CONTRA EDUCAÇÃO.


OPRESSÃO CONTRA EDUCAÇÃO.

Rapper Pirata
rapperpirata.blogspot.com

Para quem não sabe, fique sabendo! A moda da segurança pública na USP é revistar espaço dos estudantes negros e oriundos da periferia para revistas. Deve ser para tirar os livros armas de circulação, que podem criar uma consciência além da meritocracia.?
Ou será que o lance dos oportunistas de colocarem os tiras lá é para oprimir, como fazem na periferia? Hum... Alckrimim em ação. Opressão.
Os que vomitam as questões do movimento estudantil da década de setenta; Manisfestem-se! Ou são outros estudantes de classe diferente?
Falar de educação é fácil, agora ajuda-la ser exercida na prática e é outro lance.
Rapper Pirata além das ruas

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Dia da Consciência Negra poderá ser feriado nacional

nossacarapreta.blogspot.com
fonte:
O Senado Federal aprovou ontem (20) projeto que declara feriado nacional o 20 de Novembro – Dia da Consciência Negra e o enviou à sanção da presidenta Dilma Roussef. Caso seja sancionado, este será o primeiro feriado do país originário da mobilização social, principalmente do movimento negro. A data já é reconhecida e celebrada como feriado em mais de 200 cidades, inclusive três capitais (São Paulo, Rio de Janeiro e Cuiabá).
A comemoração do 20 de Novembro como Dia Nacional da Consciência Negra surgiu na segunda metade dos anos 1970, no contexto das lutas dos movimentos sociais contra o racismo. O dia homenageia Zumbi, símbolo da resistência negra no Brasil, morto em uma emboscada, no ano de 1695, após sucessivos ataques ao Quilombo de Palmares, em Alagoas. Desde 1995, Zumbi faz parte do panteão de Herois da Pátria.
Nas últimas décadas, o 20 de novembro tem sido dedicado à reflexão sobre a inserção do negro na sociedade brasileira e sobre as consequências do racismo para a vida das pessoas e para o desenvolvimento do país. Apesar do ponto alto da celebração coincidir com o dia da morte de Zumbi dos Palmares – 20 de Novembro – a cada ano, as atividades alusivas a esta data são expandidas ao longo do mês, ampliando os espaços de discussão sobre as questões raciais.
Anualmente, um número cada vez mais significativo de entidades da sociedade civil, principalmente o movimento negro, tem se mobilizado em todo o país, em torno de atividades relativas à participação da pessoa negra na sociedade em diferentes áreas: trabalho, educação, segurança, saúde, entre outras.
* Projeto Original
O projeto original que institui o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra (PLS 520/03), de autoria da senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), previa apenas a data, mas não o feriado. Na justificação da matéria, Serys argumenta que sua proposta visa criar uma oportunidade para a reflexão sobre o preconceito ainda existente na sociedade brasileira.
Aprovado pelo Senado, o texto foi enviado à Câmara dos Deputados e apensado a outra proposta (PLS 302/2004), que propunha o dia 20 de novembro como feriado nacional.
* Feriados
Uma vez sancionado, o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra será o nono feriado nacional, juntamente com as seguintes datas: 1º de janeiro (Confraternização Universal), 21 de abril (Tiradentes), 1º de maio (Dia do Trabalho), 7 de setembro (Independência do Brasil), 12 de outubro (Nossa Senhora Aparecida), 2 de novembro (Finados), 15 de novembro (Proclamação da República) e 25 de dezembro (Natal).
Há ainda quatro datas comemorativas móveis, as quais, embora popularmente conhecidas como feriados nacionais, não são reconhecidas como tal pela legislação brasileira – Terça-Feira de Carnaval, Sexta-Feira da Paixão, Domingo de Páscoa e o Corpus Christi.
* Textos extraídos do Portal do Senado
Coordenação de Comunicação SEPPIR

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

EVENTO NA USP


Um quilombo no sapato da USP


Leandro Salvático -  Coordenador do Núcleo de Consciência Negra na USP

O quilombo urbano, batizado de Núcleo de Consciência Negra na USP (NCN-USP) está localizado dentro
da Universidade de São Paulo, campus Butantã, mais precisamente numa região batizada pela Reitoria da
Universidade carinhosamente, ou melhor, pejorativamente, de “barracolândia” e já foi intimado a deixar
o local diversas vezes nos últimos anos. Um contra-senso, pois trata-se de uma entidade com 23 anos de
existência e que atua nas 3 bases do tripé universitário (ensino-pesquisa-extensão), mas que hoje é vista
como uma ameaça ou um corpo estranho e inconveniente a ser expelido.

No espaço chamado pela Reitoria da USP de “barracolândia”, mas que insistimos em chamar de espaço de
luta pela democracia, nosso “Quilombo” desenvolve projetos de ensino e extensão universitária, incluindo
Cursinho Pré-Vestibular e de Idiomas voltados à comunidade de baixa-renda, assim como pesquisas étnico-
raciais muitas vezes ignoradas ou ‘maqueadas’ pela academia, como estudos de Acesso e Permanência.
Fazemos alusão à nossa raiz quilombola, pois resistimos à manutenção do status quo existente na USP e
lutamos para mudar a sociedade na qual estamos inseridos, assim como nossos irmãos o faziam no Brasil
pré-abolição.

Hoje na USP, por exemplo, o número de ingressantes negros na USP gira em torno de 12% do total
(enquanto na sociedade essa raça representa 50% da população) e não se sabe o número de estudantes
negros e nem de mulheres nos cursos de pós-graduação e nem tampouco a classe social destes alunos. E
lhes perguntamos:
Por que estes dados não existem?
Eles não deveriam ser gerados e utilizados para embasar políticas públicas de acesso à universidade?
É do interesse da USP sabê-los, divulgá-los e utilizá-los?

O “Senhor de Engenho” no comando ‘daquela região paulista’, por indicação do ex-Governador de São
Paulo José Serra, é um velho conhecido dos movimentos sociais, ganhou projeção no episódio em que
chamou a polícia para invadir a Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, para prender os
manifestantes que estavam ocupando, simbolicamente, o espaço durante a Jornada Nacional de Lutas
pela Educação, em Agosto de 2007. Em reunião prévia, ficou acordada a desocupação do prédio às 17:00
horas do dia seguinte, mas por volta das 2:00 horas da madrugada, a Tropa de Choque da PM adentrou
calorosamente o local, cena esta que voltou a se repetir em Junho de 2008, desta vez no Butantã, só que
nesta 2ª ocasião a PM ainda trouxe consigo tiros de borracha, bombas de gás, repressão e muita vergonha
para distribuição gratuita à toda comunidade.

Na época, o tal “Senhor” ensaiava sua campanha para Reitor sendo Diretor da Faculdade de Direito, agora,
Reitor eleito, ou melhor, indicado, para 4 anos de mandato, tem poderes (quase) absolutos, conferidos pelo

regimento (quase) ditatorial da USP e tem feito muito (mal) uso deles, vejamos alguns exemplos:
1º- Pôs fim, sem dialogar, à isonomia salarial entre funcionários e professores e cortou o salário de
quem se opôs ao fato, construindo com o SINTUSP em 2010, uma greve ampla e legítima;
2º- Está processando 24 estudantes da USP com base no Decreto 52.906 / 72, instituído sob a égide
do AI-5 (redigido pelo ex-Reitor da USP Gama e Silva), que prevê a pena de ELIMINAÇÃO à aquele
que “praticar ato atentatório à moral e aos bons costumes”; “afixar cartazes fora dos locais a eles
destinados”; “promover manifestação ou propaganda de caráter político-partidário, racial ou religioso”;
além de outras razões tão pífias quanto as citadas acima;
3º- Demitiu 270 funcionários na virada do ano de 2011 sem comunicar nem mesmo os diretores das
unidades de ensino, debilitando a capacidade operacional da universidade, sobrecarregando os que não
foram demitidos e deixando a todos indignados e perplexos;
4º- Promulgou a construção de uma tal Nova ECA (Escola de Comunicação e Artes) no local onde se
situam barracões de entidades que desenvolvem atividades políticas, culturais e de extensão e a partir disso
começou a, deliberadamente, assediar os barracões para que estes fossem desocupados, pensando que
desta forma acabaria com a resistência e oposição destas, incluindo o Sindicato dos Trabalhadores da USP,
Centros Acadêmicos e diversos Núcleos de Cultura e Pesquisa, como o de Consciência Negra.

O fato é que as demolições começaram, mas o projeto da Nova ECA nem existe e ninguém sabe para onde
vão as entidades localizadas nos barracões. O que sabe de longa data, é que o “Senhor” pensa que tudo
pode e que os “Quilombos” sempre resistem, avançando rumo à conquista plena de seus direitos!

Mas o mais interessante de toda essa história é que com a evolução da sociedade brasileira e com o
avanço do capitalismo sobre as massas, no nosso “Quilombo” não tem só negros, tem descendentes de
negros, brancos, ameríndios e orientais, todos conscientes do seu papel na sociedade e cientes de que são
sujeitos e não objetos da história, e digo mais, estamos convictos de que nenhum “Senhor” tem o direito
de ditar as regras do jogo, pois conhecemos as suas ‘jogadas’ dos “Senhores”, jogamos em conjunto com
outros “Quilombos”, temos diversas cartas na mão e quiçá, na manga.

Os 100 mil Títulos de Pós-Graduação da USP são (praticamente) unicolores



Autor: Comitê Pró-Ações Afirmativas nas Universidades Paulistas

Entre os dias 07 a 11/10/2011, a USP estará promovendo um evento para comemorar os 100 mil títulos de pós-graduação da Universidade. O tema do evento é “A Pós-Graduação Construindo o Futuro”, mas pelo tema das mesas, ela parece não construir o futuro pensando no nosso passado colonialista-escravocrata.

O legado deixado por mais de três séculos de escravidão e cinco séculos de ausência de políticas públicas e/ou de políticas públicas que visavam prejudicar os africanos e seus descendentes tiveram como consequências um sistema social de exclusão e racismo, que nem sequer é citado nos diversos temas da “comemoração uspiana”. A razão do esquecimento é simples e muito bem conhecida pela população, a USP não possui nenhuma política de inclusão social voltada para a população negra, que representa mais de 50% da sociedade brasileira, mas em torno de 10% dos alunos da USP na graduação (somados pretos e pardos).

Historicamente, o povo negro tem ganhado diversas batalhas e avançado rumo à conquista de seus direitos básicos e de sua liberdade plena. Em 1.888 o povo negro conquistou a Abolição da Escravatura, depois o Direito à Posse de Terra (direito proibido pela Lei da Terra de 1.852... 36 anos antes da abolição?), depois o Direito de Manifestação e Propagação de suas Crenças Culturais e Religiosas (direito básico que foi proibido e reprimido severamente durante o séc. XX) e agora avança para conquistar a implementação, legítima, de Ações Afirmativas nas universidades públicas brasileiras.

A USP não possui um sistema de reservas de vagas para negros/as, ela aposta suas fichas no senso comum do discurso da “meritocracia” e da “universidade de excelência”, mas se esquece do fato de que inúmeras universidades superaram o racismo institucional e há anos implementaram Ações Afirmativas no acesso e na permanência. Os resultados mostram que os alunos cotistas têm desempenho igual ou melhor do que os não-cotistas! E agora? O que fazer? Qual o argumento a “elite intelectual uspiana” poderia utilizar-se? Talvez o discurso de que “não existem raças – pois todos somos descendentes de povos da África...” ou ainda o de que “o Brasil é um país miscigenado – evocando o mito da democracia racial de Gilberto Freire”.

Na Conferência de Durban, em 2001, o governo brasileiro reconheceu, sábia e oficialmente, a existência de racismo como um legado do período escravagista e das políticas públicas eugenistas do período republicano, e assinou um protocolo de combate ao racismo em todas as esferas do governo. Mas e a USP, o que ela faz para combater o racismo institucional existente dentro e fora dos seus portões?

Finalizamos este texto desejando que a USP comemore em breve 200-300-400 mil títulos de pós-graduação. Desejamos sinceramente que as pesquisas desenvolvidas na USP cumpram uma função social importante para alavancar o desenvolvimento econômico, ambiental e social, e que esta universidade, que formou e forma grandes cientistas e pensadores, torne-se cada vez mais, referência em pesquisa científica.

Porém, desejamos também que a USP informe à população:
  1. Qual é a proporção de negros e negras “titulados” dentro dessa marca incrível e memorável de 100 mil títulos de pós-graduação?
  2. Qual é a proporção de docentes negros e negras que orientaram esses 100 mil títulos?
  3. Por que a USP recusa-se a discutir (institucionalmente) as Ações Afirmativas com a comunidade acadêmica, com o Movimento Negro e, principalmente, com a sociedade brasileira?

terça-feira, 18 de outubro de 2011

reunião




Reunião Geral da Marcha da Consciência Negra
Dia:19/10/2011
Horário: 18:30
Local: Câmara Municipal de São Paulo
          Sub solo - Sala "C"

P/ Coordenação

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

VIII Marcha da Consciência Negra 20 de novembro de 2011 Um Dia de Luta



No ano de 2003 o Movimento Negro conquista a Marcha da Consciência Negra na cidade de São Paulo, que conta com a participação de praticamente todas as organizações negras, nacionais e locais e de todos os setores da sociedade dispostos a continuar lutando e fortalecendo o movimento por mudanças, por um Brasil sem preconceitos, seja ele: machismo, homofobia, intolerância religiosa, racismo ou qualquer forma de discriminação.
O Movimento Negro ao longo de sua trajetória de luta conseguiu pautar alguns avanços voltados à população negra como: aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, a Lei 10.639/03 e o sistema de ingresso de estudantes negros em algumas universidades públicas estaduais e federais por meio de políticas afirmativas.
Mesmo diante deste contexto o racismo tem atingido a população negra em todos os aspectos de nossas vidas.

Neste ano de 2011, A Marcha da Consciência Negra tem em seu eixo principal, o genocídio da juventude negra, entendido como um conjunto de violências que atinge essa juventude e desta forma, denunciar as inúmeras atrocidades que vem sofrendo toda população negra. Herança do trato escravocrata, o Estado e suas políticas de segurança pública mantêm uma atuação coercitiva, preconceituosa e violenta dirigida a população negra. Desrespeito, agressões, espancamentos, torturas e assassinatos são práticas comuns destas instituições. Comuns nos mais de 350 anos de escravidão. Comuns na pós-abolição. Comuns nos períodos de ditaduras. Comuns em nossos dias. Esta situação reafirma a urgência do fortalecimento das nossas lutas.


Nossas Bandeiras de lutas:

-Contra o genocídio da juventude Negra;

-Pelo fim do registro de "Resistência seguida de morte" ou "Auto de resistência" para as execuções sumárias;

-Tipificação dos casos de violência policial, que resultem ou não em mortes, como crimes de tortura, conforme a Lei 9455/97;

-Instituição de uma CPI das Polícias de São Paulo, que vise desmantelar milícias, apurar denúncias/crimes e punir responsáveis;
Combate ao racismo, à discriminação, preconceito, homofobia e machismo!
Pelo fim da violência doméstica e outras formas de violência direcionadas à mulher negra
Garantia dos direitos das trabalhadoras domésticas
-Por reparações históricas para a população negra brasileira;

-Pela Manutenção do Decreto 4487, que regula a Titulação dos Territórios quilombolas e a regularização das terras quilombolas no Estado de São Paulo
Pelo fim da criminalização dos movimentos sociais
10% do PIB destinados ao orçamento para educação;
Implementação da lei 10639/03;
Cotas nas universidades públicas do Estado de São Paulo.
Combate às manifestações racistas, preconceitos e visões estereotipadas da população negra nos meios de comunicação.
Pelo fim do trabalho escravo
Pela livre manifestação das religiões de matriz africana
Pela redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução de salários.



As homenagens e os homenageados (as) pela VIII Marcha da Consciência Negra.
Abdias do Nascimento
Candinho
Tata Pérsio
05 anos da Lei Maria da Penha
As guerreiras: Estamira - Teresa de Benguela - Dina Di
05 anos da criação do Grupo “Maẽs de Maio”
10 anos do falecimento de Milton Santos
20 anos do falecimento do Padre Batista
80 anos da fundação da Frente Negra Brasileira
100 anos do nascimento de Nelson Cavaquinho
300 anos da Irmandade do Rosário dos Homens Pretos


Participe de nossa Marcha, a VIII Marcha da Consciência Negra
Concentração no MASP, às 10 horas do dia 20 de novembro.



Genocídio da população negra pela ausência de saúde 2


Antonio Carlos de Oliveira

Ainda falando em genocídio da população negra pela ausência de saúde

Podemos então pensar seriamente no caso da hipertensão, o que nos
receitavam há algum tempo atrás – “captopril” – de repente, até mesmo os
funcionários dos Postos de Saúde do Estado de São Paulo, passaram a
aconselhar as pessoas a não toma-lo, pois não faziam nenhum efeito, algumas
conversas diziam inclusive que eram na verdade feitos de farinha.

Sabemos o quanto mata a hipertensão? O quanto deixa sérias sequelas?
O quanto traz de problemas àqueles desfortunados que são vulneráveis
à mesma? Não! Nada sabemos, de novo não há estatísticas, não há
levantamentos, não há sequer levantamentos quanto a essa triste realidade.

Não vamos discutir o descaso, aí no Brasil todo quanto à questão da saúde,
até porque isso é latente, vejamos então os casos de “mortes”, “maus tratos”,
falta de profissionais em todas as áreas, no Sistema de Saúde do País.

Quem são os usuários majoritários? Nós! A elite busca seus próprios planos de
saúde, os melhores hospitais, inclusive os públicos (INCOR), etc. Nós ficamos
com o SUS. É necessário argumentar a respeito? Não!.

Talvez não tenhamos nos dado conta, mas isso é uma forma sútil, ardilosa,
como a do carrasco de se praticar “racismo”, com o diz KABENGELE MUNANGA, MATA DUAS VEZES, A 2ª PELO SILÊNCIO.

Denunciar não vamos, mas não podemos deixar de discutir o assunto.

HOMENAGEM AO GEOGRAFO MILTON SANTOS


LETRA:ANDRÉ LUIZ DOS SANTOS
RIMA E LEVADA:RAPPER PIRATA
PRODUÇÃO MUSICAL E MIXAGEM MUSICAL:RAPPER PIRATA
CONTATO:11 82162160
INSPIRAÇÃO E ESSÊNCIA LIRICA: FALAS DO GEOGRAFO PRETO BRASILEIRO MILTON SANTOS


MILTON SANTOS.
Rapper Pirata
rapperpira.blogspot.com

Em todos os cantos,
circulam a idéias
de se apropriar das técnicas do Milton Santos,
preto que conquistou a excelência do saber ... Eita baiano,
com idéias de ler e conhecer para ter o poder da clara vidência,
sempre disse: os movimentos faram no Brasil e no mundo a diferença,
porque as teses da Europa sempre evitou e evita a gente,
enquanto a vida urbana brasileira constrói o novo saber,
ai não adianta ficar dentro da universidade até até adoecer,
vendo o mundo destruir-se
criando técnicas
de negar o direito de todos viver,

Movimento,
humanos livres

É lógico que o corpo vai morrer,
mas idéias para transformar a vida
sempre vão permanecer,
'Nóis' aqui da margem aumentaremos o espaço
com outro olhar nessa geografia
tru aqui é gueto e periferia,
Milton a gente faz igual você,
revoltando-se sempre para o globo
não permanecer dominado por poucos,
os mesmos que fazem nos viver
na miséria que nos dá nojo,
Eu faço rap e tô fora desse jogo!,
Não quero viver de troco.
Quero dominar o jogo,
sem eliminar o outro,

'Afimzão' de combater aqueles que querem dizer,
que não pensamos o nosso cotidiano,
ai c... nós aqui somos os outros,
Milton a gente vai mudar isso de pouco em pouco,
Sempre vamos manisfestar a nossa revolta
e buscar estancar o crime
que sangra em nossas vidas.
Somos filhos da violências,
de não ter
mas Tem que ter
outro sentido a humana história,
quem tá dentro do quintal não pode pular fora,
entra ai no ritmo das ruas em rodas



Movimentos
MST, Hip Hop, GLTBT,
Feminino, Negro, Deficiente,
Sem teto, Indígena, Apenados,
Juventude, Comunicação, Cultural,
Islâmico, Latinos, Dependentes químicos,
Estudante, Desempregados, Desparecidos,
mova-se e una-se,
para ser você um humano em movimento,