Enviado Milton Barbosa MNU
O Sindicato dos Trabalhadores da USP vem a público esclarecer que a quantia de R$ 39.420,00, paga como fiança para libertar os 73 presos, dentre eles 4 funcionários da USP( uma diretora do Sintusp, dois cedebistas e um funcionário militante) na madrugada do dia 8 de novembro de 2011, foi arrecado sob a Coordenação da CSP-Conlutas (Central Sindical e Popular), que contou com a colaboração dos seus sindicatos: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Sindicato dos Metroviários, Sindicato dos Servidores do Judiciário Federal, Associação Nacional dos Docentes de Ensino Superior, CONTEC, bem como entidades da CUT - Central Única dos Trabalhadores, como:- APEOESP, Sindicato dos Bancários e pessoas aqui do próprio campus da USP, como: Professora Dra Lisete Regina Gomes Arelaro (Diretora da Faculdade de Educação), Helio Livreiro. Também tivemos doações da Liga Estratégia Revolucionária – 4ª Internacional e pessoas que sempre foram solidárias com o nosso sindicato e, funcionários da Creche Carochinha.
Também foi levantado o dinheiro do Fundo de Solidariedade dos Funcionários em Greve que foi formado em 2010, com doações dos grevistas e ocupantes da reitoria na época, dinheiro arrecadado dos churrascos e festas e a doação da Adusp, na época R$ 9.000,00, bem como doações de aposentados, professores e companheiros que sempre se manifestaram contra a PM no Campus e sempre foram lutadores deste sindicato.
O Sintusp também esclarece que apoia e se soma aos milhares de companheiros estudantes que se levantam contra a repressão absurda, imposta aos estudantes e trabalhadores da USP pelo reitor Rodas através da militarização da Universidade combinada com a tentativa de destruição da organização sindical e estudantil, com inúmeros processos administrativos, judiciais e inquéritos contra dirigentes e militantes do Sindicato e do movimento estudantil.
Esclarecemos ainda que o episódio da detenção dos 3 estudantes, acusados de portar e usar maconha, no prédio da História e Geografia, que desencadeou a reação de centenas de estudantes e alguns funcionários que presenciavam o fato foi a “gota d’água” ou a explosão de um sentimento de revolta que vinha se acumulando desde a celebração do convênio entre a USP e a PM.
Foram dois meses de perseguições, abordagens truculentas, blitz, extorsão de dinheiro, ameaças e discriminação racial e homofóbica, como só se viu na Universidade na época da Ditadura Militar.
Não se trata de uma posição com relação à maconha como a reitoria, a polícia e a mídia tenta passar e, sim, a manifestação firme de estudantes e trabalhadores contra a repressão e a criminalização do movimento.
Defendemos e apoiamos todos os métodos de luta, decididos e implementados pelos estudantes, como ocupação e a greve contra esse estado de coisas. Declaramos que fomos testemunhas que a ocupação do prédio da reitoria foi aprovada em Assembleia com mais de 1000 estudantes. Ao contrário do que foi divulgado pela mídia, a decisão de desocupar a administração da FFLCH, assim como, a Greve Geral dos Estudantes (aprovada após a maior operação militar dentro da Universidade, que culminou com a prisão de dezenas de companheiros, estudantes e funcionários) foi decidida em Assembleia, que contou com mais de 2000 estudantes e tem todo apoio do nosso Sindicato.
Já entramos na justiça para reaver este dinheiro. A luta continua pelo fim do convênio da USP com a PM e pela retirada de todos os processos contra estudantes e funcionários.
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