PE. BATISTA – 20 ANOS DE PRESENÇA NA AUSÊNCIA. Desafios para a jornada de 2011, marca a memória do 20º ano de morte e vida do Pe. Batista. O legado do padre da militância negra. A base da ancestralidade viva dos afro-brasileiros, a partir da sua própria história de vida! Benedito Batista de Jesus Laurindo, nasceu em 05.08.1952, em Silvânia, perto de Matão, Araraquara, no estado de São Paulo. Sua mãe, Dona Rosa Maria de Jesus Melga, hoje, com 73 anos de idade. Pe.Batista é filho do primeiro casamento! Ficando viúva, casou-se novamente, vieram sete irmãos: Zilda, Maria; Oscar, Eugenio, Sonia, Elaine e Marcelo. , Hoje já são casados e tem filhos. Sabemos do grande esforço do Pe. Batista para ajudar a cada um, cada uma em suas caminhadas. Ainda, quando muito pequeno, de família, muito pobre, engraxava sapatos para ganhar uns trocadinhos e ajudar em casa.
• Coragem e dedicação não lhe faltaram.
Como seminarista
• Estudou e desde seminarista começou a trabalhar com crianças e jovens
• Estimulou a formação de Encontros de Jovens na Igreja da Penha;
Como diácono
• Motivou e trabalhou com os meninos na Associação dos Engraxates na região central da cidade;
• Depois foi mentor, implementou e coordenou o então Centro Comunitário do Menor- que atendia meninos e meninas, excluídos sociais, que viviam na Praça da Sé. Hoje CCCA – Centro Comunitário da Criança e do Adolescente, que funciona com quatro unidades na Região central da capital paulista.
Como padre. Estimulou muito a Pastoral Catequética da Boa Morte e da Catedral; Criou a Casa da Menina mãe – para jovens em situação de rua que estavam grávidas. . Foi pioneiro com o grupo de nascimento da Pastoral Afro; com a fundação dos Agentes de Pastoral Negros com a constituição do Instituto do Negro, teve Ações de inculturação e foi o precursor de ações afirmativas Outros dons
• Pe. Batista tinha uma voz que enchia a catedral e um dom especial para a liturgia – sempre estimulou as comunidades por onde passou, para melhor celebrar.
• Na Região Sé, com sede na Igreja N.Sra. do Carmo, na Rangel Pestana, fundou e estimulou por vários anos o Curso de Liturgia.
• Implementou também junto com outras religiosas as celebrações afro, realizadas nos primeiros encontros da Pastoral Afro e que continuam até hoje, realizando efetivamente a inculturação.
Sempre esteve ao lado das pessoas mais empobrecidas ou excluídas socialmente
• Com grande afeição e carinho pelas pessoas que mais sofriam e junto com as Irmãs da Congregação de Jesus Crucificado montou um grupo de pastoral inovadora, com mulheres que trabalhavam como domésticas.
O trabalho foi tão estimulante que muitas voltaram a estudar e deram outros rumos às suas vidas, inclusive compondo o Sindicato das Empregadas Domésticas, fundado posteriormente.
• Tinha profundo respeito e consideração pelos homossexuais e com eles celebrava sempre.
• Foi muitas vezes parado pela polícia, era revistado, insultado, humilhado e o deixava de ser, quando se identificava como padre.
• Fundou o Instituto do Negro, em 20.11.1987, cujo principal objetivo era oferecer bolsas de estudos (parciais e quando possível integrais) a universitários /as negros /as de baixa renda.
O Padre Batista com essa atitude foi pioneiro na prática da ação afirmativa no Brasil, pois ele já identificava que estudos e pesquisas acadêmicas viriam confirmar – a imensa desigualdade no acesso às oportunidades educacionais na sociedade brasileira existente entre as populações das várias etnias, com destaque para a população negra.
Em 1991, após a sua morte, o Instituto passou a chamar Instituto do Negro Padre Batista.
E hoje, a entidade continua com a firme missão de buscar o equilíbrio social, econômico, cultural e étnico-racial em nossa sociedade atendendo a população nas áreas educacional, jurídica, psicológica e social.
Após 1991, quando da morte do padre Batista, na longa jornada histórica, superamos inúmeros desafios, tais como: houve a eleição da 1ª Mulher, Presidente do Brasil, o primeiro negro presidente dos Estados Unidos da América, a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, a assinatura da lei 10.639/03, e da lei 11.645/08, que a complementa e institui a história da África e afrodescendentes no Brasil no currículo escolar. Também, tivemos perdas irreparáveis, como por exemplo, no ano de 2009, Pe. Antônio Aparecido da Silva, Pe. Toninho, antecessor, mestre e um dos grandes estimuladores do Pe. Batista.
Neste ano, 2011, em que a ONU - Organização das Nações Unidas, declarou o Ano Internacional do(a) Afrodescendente, a memória do Pe. Toninho e Pe.Batista trazem à nossa presença a identidade ancestral de luta, resistência e conscientização do povo negro e afrodescendente brasileiro¸ construtores de uma nova história, que seja mais humana, igualitária e solidária!
Vice-Presidente INPB
Osvaldo José da Silva
Vice-Presidente INPB
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segunda-feira, 7 de novembro de 2011
PE. BATISTA – 20 ANOS DE PRESENÇA NA AUSÊNCIA
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