segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Entre tambores e cuícas: O racismo ainda é o maior mal


Enviado Milton MNU

Entre tambores e cuícas: O racismo ainda é o  maior mal

 Após assistir a um vídeo de um culto, dentro uma igreja de base pentecostal, resolvi evidenciar algumas preocupações do ponto de vista da liberdade religiosa. Retomo o passado e lembro que os nazistas a mando de Hitler antes do Holocausto, para construir e promover o ódio aos judeus ridicularizava e endemonizava a sua cultura. Atualmente muitos seguidores de religiões  pentecostais transformaram sua pratica religiosa em perseguição religiosa aos cultos de origem africana. Muito semelhante aos seguidores  da seita nazifascistas racistas e assassina denominada Kun Klus Kan nos Estados Unidos da América( que, diga-se de passagem, são seguidores da religião Adventista dos últimos dias). È comum ver dentro dessas igrejas  a reprodução  e uso dos rituais de religiões de matriz africana não só para esvaziá-los de sentido , mas para nos caracterizá-los pejorativamente como o sentido do mal- o Mal a ser exterminado, leia-se povos a ser exterminados. 
È lamentável e inadmissível que no século XXI, pareça que estamos entre o período da Inquisição ou diante da  SEGUNDA GUERRA NACIONAL RELIGIOSA.
O PIOR É CONSTATAR QUE OS CULTOS PENTECOSTAIS, USAM NOSSOS SÍMBOLOS, NOSSOS INSTRUMENTOS, NOSSA COSMOGONIA AFRICANA PARA DESTRUÍ-LOS, Uma demonstração de  desrespeitosa de  RITUAIS DE 6000 ANOS ao cristalizá-los como FOLCLORE DO MALIGNO.
O contraditório  DE TUDO ISTO é que grande parte dos brasileiros quando adoecem de enfermidades graves recorrem aos terreiros de candomblé ou umbanda para se tratarem. Portanto a história das contribuições da cultura religiosa de matriz africana tem se mostrado um avanço na cultura DO BEM, DA CULTURA DA CURA. Os terreiros sempre foram verdadeiros exemplos de "hospitais" de pratica de uma medicina integral e fitoterapia . São políticas de saúde pública, são espaços de retomada histórica de nossos territórios de liberdade, são referencias de sociedade multicultural. A nossa história revela que o legado africano tem mais relações COM O BEM SOCIAL E COM A JUSTIÇA DO QUE MATRIZES PSEUDO RELIGIOSAS
O movimento Negro Unificado denuncia essa intolerância religiosa, e reforça que a sociedade não deve permitir que essa violência simbólica se perpetue. No passado torturavam e assassinaram nossos ancestrais africanos  e queimaram as mulheres do candomblé na fogueira em nome da fé no judaísmo cristão católico, depois os europeus nazistas assassinaram e exterminaram em  câmara de gás, negros e judeus em nome de uma suposta "raça e cultura pura". A conclusão é que segundo Bourdieu, a violência física sempre é antecipada pela violência simbólica, assim o poder simbólico do racismo,  faz com os oprimidos aceitem, assimile e acredite no discurso do opressor e destruam a si mesmos. Negros alienados que oprimem nossa cultura devem se libertar do discurso racista e anti africano . Não podemos nos destruir assim, isto é uma autofagia cultural, a morte de nós mesmos. Mesmo que estejamos diante de uma manifestação de Fé cabe lembrar que em nome da fé também se produz racismo, antiafricanismo e desrespeito religioso  e nazismos. Como não existem escolas para a promoção da igualdade o resultado é que até os negros e mulheres negras podem aprender e reproduzir esse MASSACRE CULTURAL COM AS MANIFESTAÇÔES DE MATRIZ AFRICANA. O poder simbólico do racismo supera a “ pele preta”.A nossa emancipação é a tomada da consciência negra , dos nossos direitos enquanto sujeitos de nossa história.

Enquanto militantes e cidadãos , não podemos e não vamos permitir que promovam a violência simbólica e física mais uma vez com a nossa história e com o maior bem que carregamos: O NOSSO LEGADO ANCESTRAL E ESPIRITUAL AFRICANO. Esse legado é LIBERTÀRIO  E SAGRADO

ANGELA GOMES/MNU MG.

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