domingo, 13 de novembro de 2011

Tributo ao Grande Guerreiro Lua, José Alves Bittencourt


Tributo ao Grande Guerreiro Lua, José Alves Bittencourt

Hoje, 09 de Novembro de 2011, data que ficou marcada nas nossas
vidas, fundamentalmente nós ativistas do movimento social negro do RS, mas
principalmente para este comprometido militante que teve a honra de conviver
por muitos anos com o ilustre irmão, amigo e companheiro o nego Lua,
definição as quais o próprio gostava de ser chamado, vimos registrar para
todos os militantes políticos sociais de todas as matizes, mas
fundamentalmente os do movimento negro de Porto Alegre, do Rio Grande do
Sul e do Brasil, que a luta empreendida pelo Lua e por todos aqueles e aquelas
que tombaram para que tivéssemos liberdade, para que pudéssemos desfrutar
de direitos iguais às demais etnias, enfim para que o estado brasileiro viesse
reparar os danos causados a nossa gente por séculos de escravismo e
desumanização, que suas lutas não foram em vão.
As lições de vida que herdamos nos faram a cada dia pessoas melhores
e mais comprometidas com os princípios humanitários que nos legaram.
Por isso, lembrar desta data, mas, sobretudo lembrar, das horas, dos
dias, das noites, das semanas, dos meses e anos, em que pensávamos juntos,
estratégias para emancipação social, política, econômica e cultural da nossa
gente tem o propósito de servir de um pequeno tributo àquele que, a meu juízo,
foi um dos maiores e mais combativos militante desta causa nos últimos anos.
Não temos a intenção de subestimar e tão pouco diminuir a importância
de outros tantos militantes comprometidos que também já partiram, mas até
então não conheci ninguém que dedicasse tanto tempo de sua vida em defesa
de uma causa.
“Estou ligado vinte e quatro horas por dia, se precisar é só ligar, meu
telefone é um telefone militante”, frases como estas eram corriqueiras nos
nossos diálogos.
O Lua era uma daquelas pessoas, cuja personalidade não deixava
dúvidas de que lado estava, ou seja, um militante de esquerda que
compreendia com muita nitidez que somente com a consciência critica e a
mobilização em massa é que poderíamos promover transformações e
consequentemente a igualdade de oportunidades para o povo negro do Brasil
e do mundo.
Ele partiu, mas sua luta, nossa luta continua, porque “se não lutar não
muda”.
Somente para registro e reflexão, não custa lembrar que o Lua partiu
justamente no mês da consciência negra, no mesmo mês em que
reverenciamos o grande Zumbi dos Palmares, será isso mera coincidência?
Talvez, mas o certo é que este é o mês dos grandes lideres.
Valeu Lua, valeu.

Ivan Braz
Militante

Porto Alegre 09 de Novembro de 2011

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